Ser deficiente

Ser deficiente 

É morar em um pavilhão 

Louco, torto 

Inerente

Ao louco corpo 

Inconsequente.

É ser um velho

E um bebê 

Só não deixe de  crescer. 

É ter e não ter amigos 

É ver aquele familiar virar seu    inimigo 

E desviar o olhar  contido

É ser lembrado de ser esquecido 

É dizer que nunca se meteu  no tempo perdido 

Mas  com pé lá 

 E mão cá 

Diz:

É aqui que vou ficar 

E nada me contradiz!

Rafael Luiz Santos 

Efêmero, Efêmero

 Efêmera é sua presença

Uma sentença

Que se dissolve  no tempo

Me fazendo de templo

A solidão...

Estou sem chão

Na chuva, sem teto

Sem ti por perto

É a perdição

É a morte...

É sangrar sem  corte

Ao  ver a vida me serrar

E o destino cerrar

Minha sorte...

RAFAEL LUIZ SANTOS     

Notas

Me deixe  livre 

Que eu te troco 

Como um sonho sem  foco

Como uma coisa que nunca tive

Meu bem, ninguém é de ninguém 

A gente não perde o que  não tem 

Aproveite e me queira hoje 

Pois amanhã está além 

Menina,  como você pôde 

Tentar me esquecer?

Como eu  pude olhar pro lado 

Se seu namorado 

Quero ser?

Meu coração está longe

Meu pensamento  anda rouco 

De tanto dizer teu nome 

Pelo quarto 

Ai meu  Deus, vou ter  infarto!

Com ninhos voluptuosos 

Na minha cama 

É um pulsar de devaneios monstruosos 

Por você

Eu não te pertenço 

Mas nosso amor não para de crescer 

Louco e  intenso 

Na imensidão do Silêncio.

Rafael Luiz Santos 

AO POVO

Verde e amarelo não é só seu 

Aquele cara preto de branco é de Deus 

Não temos só azul e rosa 

As outras cores também são nossa.

O mundo é colorido

O homem é cinza 

Todo dolorido 

Por dentro 

E morre lento. 

Por que escolhe um polo 

Se nada definiu  vocês?

O mundo é um grande colo 

Que a gente vê como um tabuleiro de xadrez. 

 

Preto no branco

Pra que se enganar tanto?

Quem disse que o diabo é feio

Se do céu ele veio?

É fácil apontar o errado

Como se o certo tivesse cheiro

Difícil é assumir estar cercado

Por erros.

Fácil dizer  quem é o inimigo

Quero  ver  achar um amigo

Na tribulação

Acha que tem noção de nação?

Ou é só uma   aliteração?

Rafael Luiz Santos

A COPA DO MUNDO É NOSSA

Sozinho

Na sala de estar

Vendo a bola  rolar,

Fico a pensar:

Como 22 homens correndo atrás de uma esfera

Ganham mais dinheiro que a gente esmera?

Nem trabalhando cedo, ou até mais tarde,

Não ganhamos nem um  terço, nem a metade..

Fingimos que nossa estrela é a deles;

Fingimos ser aqueles

Lá no telão...

Haja coração...

A copa do mundo é nossa,

Driblando problemas e o que  possa...

Rafael Luiz Santos

 

Ignore

 

Ria,  chore...

E as tolices?

Apenas ignore.

Rafael Luiz Santos

É o destino

Não me convém amar sem ser amado 

Sofrer  e ficar  calado 

Tudo  me é lícito 

Quando o sentimento está explícito

Até os desejos implícitos. 

No ar 

Soam na  brisa  do mar 

Nada me impede de te amar 

A não ser o teu querer 

Isso também  depende de você 

A força não é apenas de um lado 

Não é um jogo de dado  

É amor   .   

Não  lhe garanto que não terá dor  

Ou  desatino 

Aceita!

É o destino!

RAFAEL Luiz Santos 

superação

Supero a mim mesmo todo dia 

Pra não cair a esmo de agonia

Sou poeta , amor ,poesia 

Superação 

Superação 

Vamos! Se levante ,Hércules Sansão!

Mostre o preço de sua oração

Em harmonia !

Sou poeta,amor, poesia!

Superação 

Superação 

Se me calam , não desisto!

 Quieto, eu resisto

As injúrias do mundo 

Que me caem a cada segundo 

Em demasia 

Sou poeta, amor, poesia !

Superação 

Superação  

  

Nada foi em vão 

Nada é ilusão 

Nada foi por sorte    

Aqui é independência ou morte ! 

Nada sai de uma mente vazia.

Sou poeta, amor, poesia 

Rafael Luiz Santos

ME PERDOE, SENHOR

Me perdoe, Senhor 

Por orar só nos dias de  dor

Por cogitar palavras sem penhor 

Nos dias de fartura 

Pois não é felicidade à Vossa altura 

Me perdoe, Pai 

Que da minha boca verdade não sai 

Nas horas justas 

Deixando todos na saia justa

Me perdoe, Deus 

Por não amar certos filhos Teus

Eles são egoístas como eu 

Me perdoe, Jeová 

Por não ter almas pra salvar.

Mas guarde minha salvação 

Com Tua Verdade em meu coração 

RAFAEL Luiz Santos

INCÔMODO

Peco de olhos fechados 

É mais cômodos 

Do que assumir o estado 

Do meu incômodo 

De ser humano 

É mais fácil assim 

Do que dizer mano a mano

O tamanho dos meus erros 

Dentro de mim.

Rafael Luiz Santos 

VAZIO

Quantas vidas vazias no mundo 

Quantos trejeitos moribundos

O homem está  vazio de tudo 

E cheio de nada

Já se enche um pouco e já cai numa cilada 

A ignorância lhe mata 

O narcisismo lhe queima 

Não importa quem reina

Sempre será vazio

Com  ideologias de vadio 

À  esquerda, à direita 

Para onde o  mal se  espreita?

Quem sabe??

Rafael Luiz Santos 

UM HOMEM DE FÉ

 Um homem de fé

 Não precisa de seu cajado

 Para  conquistar o que quer;

 Basta orar calado,

 De joelho ou de pé,

 Num canto fechado

 Para ''as  coisas  não dá ré;''

 Abre-se a terra fechada...

 Com fé e esforço,

 De degrau em degrau, sobe as escadas;

 Não importa a dor no dorso;

 Não importa nada...

 Deus é  maior que contos de fadas!

 RAFAEL LUIZ SANTOS.

Pegador

Ontem,  recluso 

 Num amor excluso;

   Hoje,  só uso...

Rafael Luiz Santos 

Ficção

Ainda temos a mesma cultura 

A mesma tortura 

De mostrar que estamos bem 

Quem se importa?

Ninguém!

Sorrisos estampados  numa rede social 

É um  vício que alimenta a nossa moral 

É uma falsa   festa que 

Um fictício  Carnaval

Um bobo que lambe a testa!

Quem inveja os sorrisos 

Não sabe o risco 

Que eles passam de perder o riso 

Não sabe  por onde suas lágrimas escorrem 

Até que  os sois retornem...

Por isso ficamos nessa ficção 

Para enganar o coração!

Rafael Luiz Santos 

como águia, como leão

Como águia passou

Por cima de meus problemas

Com peito de aço 

Suporto hematomas e     edemas 

Voo alto,  além-céu 

Quando a vida me faz de réu.

Como leão 

Não faço questão 

De ter medo

Das coisas que vém cedo 

Como  rei 

Decido e vou 

Não importa se perecerei 

Só importa o que sou 

Agora 

Eu  vencerei uma hora. 

Rafael Luiz Santos 

Trinta invernos

Trinta invernos

Coloridos em descolor

A pagar no inferno

Um terrível dessabor

Para evoluir 

Para a vida não cair.

Trinta invernos

Doloridos em color

Com desejos internos 

Nunca conheci um amor

Para curtir

Para a vida dividir.

Trinta invernos

Abençoados em dolor

Com problemas externo

A esperança não perdeu a  cor

Para luzir

Para a vida colidir

Em favor...

Rafael Luiz Santos   

VENTO

Não prevejo o tempo 

Mas sinto o vento 

Que   coisas boas traz 

Com seu uivo 

Dizendo que sou capaz 

Dizendo:  ''Filho,  eu te  cuido.'' 

Rafael Luiz Santos 

A CAPA

Hoje estou no  crepúsculo;

Nem noite, nem dia;

Apenas a vida sem escrúpulo,

Sem poesia,

Com caveiras no ar 

E pombas brancas a voar...

Entre guerra e paz;

Será que sou capaz? 

Entre azar e sorte;

Esbarrei com a morte?

Entre  amor e sexo;

Esse desejo tem  nexo?

E esse  par de pernas,

Vale o risco o sentimento?

Iodo jogado ao vento? 

ISSO É  O QUE EU VIVO

OU  SÓ CAPA DO MEU  LIVRO?

Rafael Luiz Santos  

 

    ARTE: @mari.zayaartes

 

ENCONTROS

Vou sair, conquistar reinos,

Matar bruxas e monstros;

Ao invés de aturar certos encontros...

Rafael Luiz Santos

Te inventei

Te desenhei em horas de solidão 

Te inventei para preencher meu coração 

Para ser um homem amado 

E desejado 

Pois nenhuma flor   me desejou  em outrora

Nenhuma daquelas lá fora...

 

Mas tu   me  amaste em demasia 

Eras erosão demais   em minha poesia 

Tua imaginação era estopim 

Era um foguete 

Que batia  em  mim 

Como um porrete!

Me sufocavas demais com tua  mente 

Me estrangulando feito correntes 

Como  corda 

Como serpente!

De repente 

Meu eu acorda 

E de ti desacorda 

Te apaguei da minha vida 

Não   foste uma canção  perdida ..

Rafael Luiz Santos 

O POEMA PERDIDO

BASTA...

Não há poema que te traga

Só há poesia que te afasta

Tu nunca respondes minhas cartas

Mas minha saudade não te larga...

Quando andavas nos meus  versos 

Eu não percebia o quão era lindo o universo

De nós  dois 

Fui ver depois...

Era tarde

Fui um covarde

E desfiz a arte

Do nosso Amor...

E sem rancor

Me mandaste embora 

Nas tardes das horas

O que eu farei agora?

Recomeçarei na aurora

Da alvorada

Recomeçarei do nada...

Rafael Luiz Santos

Palavras de mãe

Lutei 

E luto por você, 

Meu Bebê!

E a morte,  

Mesmo  com dores e  cortes, 

Eu venci 

Para você nascer. 

Com o seu  crescer 

Muito  eu aprendi  

E, aos trancos e barrancos, 

Continuamos a seguir com passos mancos!

Às vezes,  perco a esperança, 

Mas a recupero no  seu riso de criança!

Eu sei que nada está  bem agora 

Mas vai melhorar uma hora! 

Nós vamos   vencer!  .

Basta crer!

Rafael Luiz Santos 

Condição

Uns na cama,

Outros na lama;

Meu Deus, é a condições humana!

Rafael Luiz Santos

Garoa

 A chuva passa,

Mas garoa;

A coisa ainda não tá boa..

Tarde

 É tarde

Dizer pra ela

Que meu amor arde??

Rafael Luiz Santos

NÃO DIZ NADA

Esse poema não  fala nada

É um conto de fadas 

Que inventei

Nada  por tudo

A espada guardei

Só uso o escudo

Até quando?

Não sei

Tou voando

Dento de mim

Alheio, ali no jardim,

Amando

Ser a sombra  de uma árvore  qualquer

Dando uma de Migué

Pros meus problemas

Que não direi aqui  nesse poema.

Rafael Luiz Santos

Acabar

Abandono!

Não sou mais seu dono!

Nunca fui...

Esse relacionamento não flui...

Por mais que eu tente,

Não dá!

Seu amor é incompetente,

Está mais pra lá do que pra cá,

Num egoísta imensurável...

Foi uma peleja intragável

Tentar te consertar!

Tanto que eu via meu coração sangrar...

Agora percebi:

É horas de acabar!

Rafael Luiz Santos

Risco

A vida é um risco 

A tocar a última música;

Se a música parar,  troque o disco..

Rafael Luiz Santos 

A vida me fez

 A vida me  fez,

Me faz

E continua  me fazendo

O teimoso da vez, 

De guerra, de paz,

Ainda continuo aprendendo..

A vida me tira,

Me traz

Coisas que sou incapaz 

De imaginar...

A vida me joga pelo ar;

Com bons aromas,

Pego carona

Com maus odores,

Vendo a  ida e vinda de amores

E das cores

Distorcidas

De coisas já vividas.

Rafael Luiz Santos

      

DOR

 A dor consome,,

Come ,

Devora,

Evapora

O seu éter;

Faz-lhe usar um cateter

De coisas paliativas

E  tu te tornas uma pessoa inativa,

Infeliz,

Que não é o que diz...

Pilhada de receios,

Picada por anseios,

Louca a dar-te um tiro

Em tua próprio  cabeça,

Escutando vampiros 

E vendo o mundo às avessas...

Saia daí,

Dona Lily!!

Exorcize-os!

Regorjeie-os!

Vá para Luz

Onde está Jesus!

Rafael Luiz Santos

VOLTEI

Voltei

Nem como súdito

Nem como rei

Mas voltei...

Vaguei

Pela cidade de trapos

Rumo ao luar, com rãs, grilos e sapos

Sapei...

Cantei

No escuro de uma casa velha:

A fenda do meu futuro não era aquela?

Fantasmei?

Procurei

Por um resto de fé no meu coração

Trilhando por toda  esta  canção

E achei

É do tamanho da NAÇÃO.

Rafael Luiz Santos

SERÁ?

Foi um tiro em vão

Será?

Um carro  na contra- mão~

Será?   

Inserto numa estrada  incerta

Será?

Até o ressoar da  Divina  Orquestra

Será?

Mudança

Será?

Uma nuance de Esperança

Será??

E agora, Jesus,

Vou ter  que  carregar mais uma cruz?

Não sei

Apenas vou escrevendo

Com uma nuvem  no olho...

Rafael Luiz Santos

Repouso

Hoje eu quero ser sombra

Quero ser umbra 

Esconder a tromba

Atrás da penumbra

Até a chuva passar

E o sol me aquecer

Fico sozinho  a me perguntar:

O que será que vai me acontecer?

Rafael Luiz Santos

Ai

Ai do homem que confia no outro...

Portanto, nesse haicai,

Eu só digo AI!

Rafael Luiz Santos

Após de tudo

Olhando, daqui, pra você, 

Serena, nua,  a adormecer 

Na cama,

Nem parece que se findava a chama 

Do nosso amor;

Nem parece...

Que iria sentir,  seu cheiro, seu sabor 

Novamente...   ... sem vestes!

Parece que reatamos do jeito mais fácil,

Sem introdução, mote ou prefácio,

Sem surfarmos em ondas de palavras sem nexo...

Entramos logo na linguagem do sexo! 

Entramos um no outro; 

Num selvagem coito;

No Eros que padece 

Na cavaleira que sobe e desce...

E que depois morre na enxurrada branca 

E agradece aos deuses por uma bela transa...

E me perdoa, enfim. 

Mas será que o amanhã será assim?

Rafael Luiz Santos 

Dueto por telefone

                               

                                                             I

                                               Vamos, minha linda...

                                               Sei que estás aí ainda...

                                               Fale comigo no telefone.

                                               Pois de ti tenho sede, 

                                               Pois de ti tenho fome...

                                               Caíste em minhas graças,

                                               És presa em minha rede...

                                               Só quero teu corpo,

                                               Tatear tuas massas...

                                                             

                                                            II

                                               Não,  anjo torto.

                                               Não quero ouvir tua voz...

                                               Nessa relação só há tu,

                                               Não há nós...

                                               E de ti já estou full,

                                               Meu algoz...

                                                           III

                                               Daqui ouço tão veloz

                                               Tua respiração

                                               Soluça e curta,

                                               Que entorpece meu coração...

                                               É isso que rola quando o amor te furta... 

             

                                                               IV

                                               Sim, a mente fala o que o coração não escuta...          

                                               Tenho saudade

                                                De ti...

                                                Nosso caso foi fake e verdade, 

                                                Num grande e imenso cair...

                                                Mas agora é tarde...

                                                Tenho que ir...  

                                                 

                                             Rafael Luiz Santos

Poeta

Poeta: 

Para os loucos,  é um gênio, 

Para os sãos, um pateta; 

Um jogador que não liga pra prêmios

Nem pra onde os pés atravessa;

 Não reza em nome do dinheiro 

Nem  se esbanja doutor ou engenheiro;

É um ser que fala pouco e escreve muito, 

Que vê as coisas com esmero e intuito; 

Age como um fingidor 

Para fingir a  dor;

Versa o seu amor 

Com ternura e erosão, 

Ignorando os esmurros do coração;

Crê em Deus soando agnóstico, 

Dando  a cada pessoa, ao seu redor, um diagnóstico;

Ser poeta é isso. 

 Não espere ficar rico. 

É um refletir diante dos riscos.

Rafael Luiz Santos 

  

Os vermes

Que os vermes devorem o corpo, 

Que consumam as mazelas do Ser torto...

Que se salve a alma,  

Que emerja pura, cândida, alva!

Os vermes se saciam da violência dos homens; 

Enquanto a estes, eles mesmos se comem, 

Se caçam 

E matam

Tudo que há pela frente...

Eles são os dragões que eram serpentes!

Deus, pra que tanta guerra?

Como consegue ver Seus filhos se matando na terra?

Perdoe-os, Pai, eles não sabem o que fazem!

Apenas fazem,  pois não sabem? 

Rafael Luiz Santos 

Barulhos bovaristas

Barulhos que não se ouve,

Que não contam o que houve,  

Permeiam em nossa mente, 

Interrogando-nos se já fizermos o suficiente (?) 

Nós dizemos que sim; 

Mas o ego diz que não; 

Era pra ser assim,

Mas não do jeito como são 

   [as coisas...

Nada segue o que escrevemos na lousa! 

Nada chega a ser o que a gente deseja ou quer...

A realidade,  então, nem sequer!

O destino nem sempre fica à mercê de nós 

E nem adianta tentar vencer com o grito alto de sua voz! 

Por isso estamos todos ali,

Com tédio, na sala da Emma Bovary.

Rafael Luiz Santos 

Resolução

O teu amor...

Juras que foi à primeira vista?

Erosão inventada à luz dos artistas?

O meu foi assim...

Paguei-te, com juros, o melhor de mim...

Sorriso e beijos no débito;

Brigas e desavenças no crédito,

Que de tristeza, fiquei decrépito; 

Sem garantia e devolução,

Sem poesia e evolução...

Ali, sozinho, no vale da perdição, 

Onde descansa teus vícios e os meus:

É uma terra sem Deus...

E foi pra Ele que orei...

Até que te reencontrei...

Hoje, aos trancos e barrancos,,

Nosso amor permanece...

Nosso amor prevalece!

Num sol do meio dia, 

Que arde e enlouquece...

Rafael Luiz Santos  

Eles e a pressa

 Eles andam com pressa...

Assim não tem conversa;

Assim não há quem versa...

Ah, essa pressa!

Que habita nos seres ''normais'', 

Fazendo deles um cego rebanho de animais,

Caminhantes, na selva de pedra, atrás de capitais...

Presos nas presas do dinheiro,

O tempo os devora ligeiro,

Perdendo as nuances da vida, o dia inteiro...

Para onde vai esse louco cardume de gente?

Trabalhar! Para garantir o pão e o leite...

Pois ideologias não enchem o bucho nem o ventre!

Eles e a pressa:

Simbiose que gruda na mesma peça,

Que jamais se finda,

Que jamais se cessa.

Rafael Luiz Santos 

Achei um trevo de quatro folhas

Achei um trevo de quatro folhas 

Não por sorte

Mas por escolhas

Achei dando trotes

Até meus pés criarem bolhas

Dei muitos capotes

Pensando em coisas tolas

Levei muitos cortes

Daqueles que a ilusão desfolha

Mas fui mais forte 

Que até meu coração doído doira

Me esquecendo da morte 

Da qual previam as moiras...   

Rafael Luiz Santos

Velhas canções

Volto ao passado para recuperar o fôlego 

E dizer que  já foi pior 

E provar que estou melhor...

Quando caio no mar do ódio, 

O saudosismo é o meu ópio 

Onde a nostalgia

Me entretém com sua magia...

E vejo antigos risos,

Lembrando de antigos ritos

De bons momentos 

Entrelaçados no tempo...

Que se esfarelam ao vento...

Encontro sujeitos de outrora, 

Que não se encontram mais aqui nem agora.

Eram maus, eram bons;

Eram gente de todos os tons 

E cores,

Com seus fardos e dores....

Eram contraditórios, aos modos Machadianos:

Puros, simples, céticos, levianos; 

Me ensinando a amadurecer de ano a ano...

Cada um com seu jeito leigo, laico,

Remetendo trejeitos dos primórdios arcaicos

E afundando seus próprios barcos 

Na lama das ilusões...

Hoje, são apenas velhas canções

Do bardo que morreu,

Que um dia será eu...

Rafael Luiz Santos

Eu voo sozinho

 Nunca cobicei as fortunas dos ricos e reis

Nem de suas nuances mesquinhas, supérfluas, um tico terei!

Vago devagar como tartaruga,

Com um jeito sonâmbulo de quem sempre madruga,

A fim de subir meus velhos degraus,

Sem olhar os outros que se acham os ''tals''...

O mundo é grande;

Mais vasto é meu Quintal...  

De coisas desimportantes

Aos olhos de quem vê,

Pois só conhece o que vê na TV...

E não sabe diferenciar uma águia de um passarinho...

Por isso,  eu voo sozinho!

Rafael Luiz Santos

 

É só dá uma imaginada

O que  a realidade pega 

A imaginação se apega  

O que a realidade retrai 

A imaginação contrai 

O que a realidade é 

A imaginação me dá fé

O  que a realidade quer 

A imaginação dá ponta pé 

O que a realidade diz

A imaginação passa giz 

O que a realidade  cita 

A imaginação despista 

O que a imaginação inspira 

A  realidade expira 

No que imaginação sente 

A realidade não põe gente 

Onde a imaginação é uma imagem 

A realidade é uma paisagem 

Gélida, pálida, na rua 

A imaginação é aquela mulher nua

Realidade: este poema não diz nada?

Imaginação: ah,  é só dá uma imaginada!

Rafael Luiz Santos 

Ressignifique este amor

 Basta, Coração!

Liberte esta paixão

Da gaiola,

Pois é uma pedra fixa, que não sai,

Que não rola... 

Ressignifique este amor;

Siga um novo rumo,

Transmute sua cor!

Porque, na verdade,

É só amizade,

Um devaneio 

Num mundo alheio

Que não existe...

Mas que você insiste

Em criar...

Liberte-o, Coração,

Deixe-o voar!

Rafael Luiz Santos

Acredito

 Eu acredito em milagres

Mesmo que a treva os  consagre

Mesmo que o mundo se acabe

Eu acredito em milagres...

Acredito

Mas não é um passe de mágica 

É puro esforço e tática

É uma batalha drástica...

Feita de sangue, fogo e ferro

O milagre suscita ali quando erro

Não na hora que espero...

Eu acredito em milagres 

E não há dinheiro que os pague

Acredito e ninguém prometeu

Só Deus...

Rafael Luiz Santos