Aí vem ele... com seus passos vacilantes,
trespassantes,
a fim de trombar na própria sombra,
com seu niilismo entre os dentes,
pois já perdera os da frente.
Aí vem ele... estampando bondade em sua face,
com sua sinuosa voz mansa,
que expira, junto com sua reticência paterna,
as memórias de minha infância.
Aí vem ele... que não viera mais!
Ele: um espectro de carne;
um zumbido de meus genes;
o nativo de Plutão;
a mudez em explosão;
aquela música setentista;
a metamorfose ambulante...
Rafael Luiz Santos