quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Resolução

O teu amor...
Juras que foi à primeira vista?
Erosão inventada à luz dos artistas?
O meu foi assim...
Paguei-te, com juros, o melhor de mim...
Sorriso e beijos no débito;
Brigas e desavenças no crédito,
Que de tristeza, fiquei decrépito; 
Sem garantia e devolução,
Sem poesia e evolução...
Ali, sozinho, no vale da perdição, 
Onde descansa teus vícios e os meus:
É uma terra sem Deus...
E foi pra Ele que orei...
Até que te reencontrei...
Hoje, aos trancos e barrancos,,
Nosso amor permanece...
Nosso amor prevalece!
Num sol do meio dia, 
Que arde e enlouquece...

Rafael Luiz Santos  

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Eles e a pressa

 Eles andam com pressa...
Assim não tem conversa;
Assim não há quem versa...
Ah, essa pressa!

Que habita nos seres ''normais'', 
Fazendo deles um cego rebanho de animais,
Caminhantes, na selva de pedra, atrás de capitais...

Presos nas presas do dinheiro,
O tempo os devora ligeiro,
Perdendo as nuances da vida, o dia inteiro...

Para onde vai esse louco cardume de gente?
Trabalhar! Para garantir o pão e o leite...
Pois ideologias não enchem o bucho nem o ventre!

Eles e a pressa:
Simbiose que gruda na mesma peça,
Que jamais se finda,
Que jamais se cessa.

Rafael Luiz Santos 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Achei um trevo de quatro folhas

Achei um trevo de quatro folhas 
Não por sorte
Mas por escolhas
Achei dando trotes
Até meus pés criarem bolhas
Dei muitos capotes
Pensando em coisas tolas
Levei muitos cortes
Daqueles que a ilusão desfolha
Mas fui mais forte 
Que até meu coração doído doira
Me esquecendo da morte 
Da qual previam as moiras...   

Rafael Luiz Santos

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Velhas canções

Volto ao passado para recuperar o fôlego 
E dizer que  já foi pior 
E provar que estou melhor...

Quando caio no mar do ódio, 
O saudosismo é o meu ópio 
Onde a nostalgia
Me entretém com sua magia...

E vejo antigos risos,
Lembrando de antigos ritos
De bons momentos 
Entrelaçados no tempo...
Que se esfarelam ao vento...

Encontro sujeitos de outrora, 
Que não se encontram mais aqui nem agora.
Eram maus, eram bons;
Eram gente de todos os tons 
E cores,
Com seus fardos e dores....

Eram contraditórios, aos modos Machadianos:
Puros, simples, céticos, levianos; 
Me ensinando a amadurecer de ano a ano...
Cada um com seu jeito leigo, laico,
Remetendo trejeitos dos primórdios arcaicos
E afundando seus próprios barcos 
Na lama das ilusões...
Hoje, são apenas velhas canções
Do bardo que morreu,
Que um dia será eu...

Rafael Luiz Santos

HAJA-SE LUZ!

HAJA-SE LUZ! Hoje careço de escrever poesia Para me despir desta mundana cacofonia Que impregnou o meu ser, Pretendo repelir meu crescer... ...