segunda-feira, 25 de março de 2024

Após as tristezas

A dor na alma arde mais 
Que uma queimadura na pele 
No que, jamais,
A minha armadura repele...

O ser continua a andar 
Na margem das emoções,
Num tortuoso altar 
De tentações;

Coisas vãs, 
Que embolamos 
Feito lã 
Na alma...

Mas calma,
Ainda há luz do dia ,
Ainda há o sol, 
Após a noite de melancolia;

Ainda há um arrebol:
É a esperança que corre 
Em mim 
E nunca morre 
No hiato do fim...

Rafael Luiz Santos 

domingo, 17 de março de 2024

Inferno

Se arrepender é um INFERNO,
Com demônios internos,
Que não matam,
Mas assombram 
O ser 
Até enlouquecer;
É ser enterrado vivo
Com o caixão cheio de serpentes,
Que devoram o corpo inativo, 
Deixando a mente doente 
E abrindo o caminho para a escuridão;
É um transcender ao um mundo abismal, 
Descolor e  colossal,
Onde só há lama 
E  expectativas mortas;
É leito, é cama 
De manias tortas...
Um verdadeiro laboratório do diabo,
Que rosna, urra e faz chiado 
Ao pé do ouvido;
Exocize esse daemon agora!
Exocize! Chegou a hora!

Rafael Luiz Santos 

quarta-feira, 13 de março de 2024

O que poderia ter sido, Só que não

O que poderia ter sido 
Se ele tivesse nascido 
Um caminhante?
Será que seria um errante, 
Por isso que veio um cadeirante?
Seria ele um galante 
Indecente?
Isso explicaria ele ser um deficiente 
No celibato?
Ele armaria uma cama de gato 
Para quem o  amasse? 
Seria um manipulador e daria ataques 
Com sua inteligência?
Usaria a negligência
Como castigo?
Seria amiga 
De pessoas no poder?
E nos roubaria no esconde 
De sua hipocrisia?
Não escreveria poesia?
Só demagogia 
Num livro de coaches?
Maltratarias as pessoas 
Com esmurros e coices?
Se enfurecia à toa?

Não acredito em nada disso,
Caro leitores.
São alguns rumores, 
Tortas justificativas .
Que ouvia quando criança 
Para tentar explicar a falta de expectativa.

Rafael Luiz Santos 

sexta-feira, 1 de março de 2024

SEM ESCREVER?

Não é um bloqueio,
Só ponderação;
Pra identificar o devaneio
Que está em ação
No momento...

Não é nada, é tudo...
Talvez suma com vento...
Houve pior, não é o fim do mundo... 

É obscuro e tenho medo;
Mas não é o Cthulhu nem o Gato Preto;
É do tamanho de Adamastor;
Não maior que eu;
É um Prometheu
Sem fogo e com calor;
É um desejo, uma fantasia,
Um morcego, um corvo,
Que devora minha poesia; 
Não é de alma, é de corpo...

Rafael Luiz Santos     

HAJA-SE LUZ!

HAJA-SE LUZ! Hoje careço de escrever poesia Para me despir desta mundana cacofonia Que impregnou o meu ser, Pretendo repelir meu crescer... ...