domingo, 12 de dezembro de 2021

VIDA

 Vida:
   ora pesada,  ora leve;
            trem que passa breve...

    Rafael Luiz Santos

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Coceira na alma

 A alma está coçando...
Bem na inquietude da lucidez...
Pinica o juízo, pinica a razão...
Não há pomada que resolva dessa vez...
Tudo gira em torno da questão
 [do Ser:
Uma eterna poética cliché, 
Dando voltas na humana insatisfação,
De geração a geração,
A fim de ludibriar o tolo Homem com o verbo Ter...
Nem branco, nem preto;
O Ser é cinzento...
Nem o bem, nem o mal; 
O Homem é um caos...

Rafael Luiz Santos
 

domingo, 21 de novembro de 2021

Exímio lutador

Não tenho pressa,  
Eu vou devagar! 
Pois, com passos de formiga, 
O sonho caminhará!

Não há atalhos para felicidade, 
Nem paliativo para um sonhador!

Vã é a dor 
Nas veredas da dificuldade 
Para um exímio lutador! 

Rafael Luiz Santos 

domingo, 24 de outubro de 2021

RESENHA: POESIA REAL DE RAQUEL LOPES

     

''POESIA REAL'' é o livro de estreia da minha grande amiga, escritora de livros infantis, poetiza, autodidata, pernambucana, formada pela escola da vida, autora premiada, recentemente, pelo Prêmio Internacional Era Uma Vez,  Raquel Lopes.

Raquel, com sua lírica otimista e sublime,  nos mostra, neste lindo livro de poesias, a majestosa simplicidade da vida. Através de poemas em versos livres, que parecem  bons amigos  a nos abraçar, com ternura, consolo e amor, a autora fotografa  as nuances internas e externas de seu Eu, a mesclar-se com as de pessoas próximas e situações vividas por ela.

Além disso, há um enorme amor e respeito pela natureza em sua poética, como este poema  na contracapa:     

‘’ Amar a natureza’’

‘’ Amar a natureza nas verdes folhas poéticas minhas.

 Na vegetação nativa  do dia.

No clima a falar somente amor pela vida

Contudo, o que nós fazemos neste momento?

Destruindo tudo a favor da riqueza de poucos,

Acabando com a vida de muitos.

O barulho é resultado do que fomos,

A cor do dia resulta quem  realmente somos.

Não iremos sobreviver como antes,

Despreocupadamente.

Onde está o espírito de Harmonia?

Harmonia no amor que gerou toda vida.

Amar a natureza traduz esta simples poética

No estilo de vida com total maestria.’’

É com esta ‘’ maestria ‘’ que Raquel nos dá uma lição de como cuidar da natureza e de nossos semelhantes.

Além de poemas, o livro contém frases poéticas muito profundas, com um lirismo reflexivo, como este na página 30:

‘’ ONDE O REMÉDIO NÃO CHEGA,

O CARINHO TERNO VAI LÁ...

E ARRUMA, 

E AJEITA,

E CURA.’’

                    Raquel carrega consigo a ciência que a felicidade não está no ‘’TER’’,  mas no ‘’SER’’: SER AMÁVEL, SER GENTIL, SER EMPATICO, SER O MELHOR DE  SI MESMO TODOS OS DIAS ATÉ O FIM...

Por isso, recomendo este livro para todos.        

               .Rafael Luiz Santos 

 

 

      


quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Dueto com a solidão

Permeado por trevas antes da alvorada,
Olhando pro teto, olhando pro nada, 
Enquanto a solidão ri da minha cara...
A gargalhada não cessa, a gargalhada não para!

Enquanto ela ri, 
Da sua goela sai todas as coisas que perdi, 
Tudo aquilo que não vivi,  

Das águas que não beberás, 
Da sede que não saciarás!
De nada adianta dedilhar 
Ou procurar neste celular,
Tu  nunca as terás!

Nenhuma Perséfone cairá no teu submundo, caro Hades...
Nenhuma por ti de desejo arde.
Tu és apenas um vampiro sedento,
Um barco sem velas ao relento...

Basta, solidão!
Cala-te em meio a esta canção!
Pois já amanheceu,
O sol está matando o seu breu...
E, mais um dia, a Esperança sobreviveu!

Rafael Luiz Santos

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

EU

 Um nati-roxo
Distônico coxo 
Rei sobre rodas
Num reino sem súditos
Atado sem cordas
Feliz e só em raios fúlgidos
Alado sem asas
Andarilho  etéreo
Que na poesia não passa
De um lírico aéreo 
Alheio
De anseio
Tou cheio.

Rafael Luiz Santos

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Amém!

Aqui me vejo acordado na noite que morreu,
Com alvorecer na janela, 
Esperando Hipnos e Morfeu.
Eles me mostram o futuro 
No escuro de um museu;
Na frente há uma fagulha ― só pode ser Deus.
Revela que a criança, que o sonho, não pereceu...
Que, no meio de tremores e temores, 
A chama da esperança reascendeu!
Ressuscitou, como Seu Filho,
O antigo almejar do meu Eu!
Reverti o medo em fé...
Que Deus concretize o sonho de ficar de pé!


Rafael Luiz Santos

domingo, 8 de agosto de 2021

Microconto: Espelho


       O espelho me reflete de um jeito; as lembranças de outro. Em qual reflexo devo acreditar? O de agora é uma consequência de outrora. Este velho de 73 anos, com centenas de rugas riscadas na cara e cabelos desalinhados cor de algodão, fora, um dia, um jovem galante,  vaidoso, malandro, nos moldes picarescos. Coitada de  minha esposa, que ouvia boatos de adultério sempre que andava pela vizinhança.

 Rafael Luiz Santos 

sábado, 10 de julho de 2021

Poemação

Leia-me
com afeto
com carinho
de perto
devagarinho

Recite-me
festivo
num palco
furtivo
no quarto

Escreva-me
em verso
em prosa
num gesto
que possa

Verseja-me
no enlaço  
do mote
na vida
na morte...

Rafael Luiz Santos

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Pecado etéreo

No escuro, no meu quarto, eu apalpo a solidão...
Devaneando as volúpias desenhadas pela ilusão...
E tu, lasciva, ilusória, danças a serpentear no meu dorso, 
Causando-me epiléticos espirais de alvoroço
Com esse falso coito ― imaginação!

É o que permeia entre mim e o vale da fornicação!
Um pecado etéreo, simbiôntico, que me controla de madrugada
Quando, na verdade, estou a olhar pro teto, pro breu e pro nada,
Arfando de um prazer parcial, solitário...

Nossa, Deus, que coisa de otário! 
Nunca crescerei. Sempre serei este púbere menino,
Que jamais descobriu as relvas cálidas, macias, de um corpo feminino... 
Jamais trilhou as veredas de suas libidinosas curvas...
Nem da boca... Nem da vulva...

E o delírio se finda num intenso sopro, 
Exalando suor e gozo...
Fora apenas um remédio, um paliativo,
Para me convencer que aqui há um homem vivo.

Rafael Luiz Santos

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Tânatos

Eis a poesia, meu leitor...
Ela não morreu.
Só estava entrelaçada, com pudor,
Nas inquietudes do Eu;
Vendo Tânatos, em partículas celular,
Assolando o mundo pelo ar.
Com ajuda do Capitão Verde-Amarelo, 
Ao criar tolices
E fatos paralelos,
Tânatos nos derruba neste jogo de boliche...
Nos isola,
Nos degola
No nada,
Nos deixa sem respirar
E mata...
O que resta é rezar?
Deus proverá...

Rafael Luiz Santos 

quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

SEGUNDO HAICAI

 Nasceste num humilde ninho;
 Ontem, trilhavas seu ego sozinho;
 Hoje, voas alto, passarinho...

Rafael Luiz Santos

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

HAJA-SE LUZ!

HAJA-SE LUZ! Hoje careço de escrever poesia Para me despir desta mundana cacofonia Que impregnou o meu ser, Pretendo repelir meu crescer... ...