quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Dueto com a solidão

Permeado por trevas antes da alvorada,
Olhando pro teto, olhando pro nada, 
Enquanto a solidão ri da minha cara...
A gargalhada não cessa, a gargalhada não para!

Enquanto ela ri, 
Da sua goela sai todas as coisas que perdi, 
Tudo aquilo que não vivi,  

Das águas que não beberás, 
Da sede que não saciarás!
De nada adianta dedilhar 
Ou procurar neste celular,
Tu  nunca as terás!

Nenhuma Perséfone cairá no teu submundo, caro Hades...
Nenhuma por ti de desejo arde.
Tu és apenas um vampiro sedento,
Um barco sem velas ao relento...

Basta, solidão!
Cala-te em meio a esta canção!
Pois já amanheceu,
O sol está matando o seu breu...
E, mais um dia, a Esperança sobreviveu!

Rafael Luiz Santos

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