Caiu
Se ralou toda.
Saiu
De uma vida tola
Decidiu
Deixar essa mesmice gorda
De infelicidade
Deixou as migalhas pra trás
Deixou a cidade
E percebeu ser capaz
De tomar a rota de sua vida
Que apesar das dores
Pode ser divertida
Não é um buquê de flores
Mas é ótima de ser vivida
Ela descobriu
Que seu rio
Não precisa de ventos masculinos
Para guiar seu destino
Percebeu
Que ninguém prometeu
Nada
E que fadas
Não existem
E a ciência é falha
Nada definiu o ser humano
Preso em seu cotidiano
Ela viu que tudo é cíclico
Alegria vai
Tristeza vem
Que tudo se esvai
E se deseja o que não tem
Tudo é um grande redondo circo
E que todo funciona num cínico
Sistema
Alienante
Que teima
Em fazer sentido
Ignorante
Poderia ter sido
Maravilhoso
Se não fosse tão corrupto
E leproso
Num tempo interrupto
Ela ignora tudo
Com esses versos enxutos.
Ela é tudo
Anda pelo mundo
Ela é a noiva
É dia
É simplesmente poesia!
Rafael Luiz Santos