segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Ribombos

 Eu te amo e não importa
pra ti...
 coração bate, chuta,  esmurra, 
mas nunca ousa abrir esta porta.
 E a fúria eu adormeci...
por trás dos ribombos de minh´Alma,
que permeiam os sete círculos infernais
com a Divina Calma!
Ribombos, rebombos, arcabuzadas!
É o grito da Banshee tresloucada!
Sentimentos platônicos ocultos 
em paredes de carne e osso,
espetando a parte frontal do meu dorso...
Tu desconheces esta sarabanda; 
ela não existe em tua dança...
Dance pra  Deus!
Ama,
anda!

Rafael Luiz Santos
  
 

 


segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Dueto: Sem ti // Por ti


Esqueci de te esquecer,
Me lembrei de te lembrar...
Que Droga!
Nunca irás me amar.

Não há como não lembrar, 
Esquecer já não consigo.
Eu? Sem juízo.
Só penso em você.

Horror!
Terror é ficar sem ti! 
Fome? Nunca mais senti.
Tires-me daqui!
 
Ainda que penses,
Que sintas, que não!
Te digo com exatidão.
Eu só penso em ti.

Rafael Luiz Santos // Poetisa Amadora

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Ele

Aí vem ele... com seus passos vacilantes,
trespassantes, 
a fim de  trombar na própria sombra, 
com seu niilismo entre os dentes,
pois já perdera os da frente.

Aí vem ele... estampando bondade em sua face,
com sua sinuosa voz mansa, 
que expira, junto com sua reticência paterna, 
as memórias de minha infância.

Aí vem ele... que não viera mais!
Ele: um espectro de carne; 
um zumbido de meus genes;
o nativo de Plutão; 
a mudez em explosão;
aquela música setentista;
a metamorfose ambulante...

Rafael Luiz Santos
     

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Poema da manhã

Fui catar poesia ao amanhecer. 
Olhei, procurei e não vi nada  
Além do multicolor da alvorada,  
Que fez tudo se envermelhecer! 
 
Isto seria minha paixão por você?
Ou seria eu, ardendo em seu coração?
Ah!  Não Importa a ordem da canção!
Minha querida, o Amor não mente;

Mas nos adormece a mente!
Sim, por mim fora procrastinada,
E pela solidão, algemada!

E agora chora em seu quarto,
Como um bebê durante o parto...
E eu, o tolo, com cara de tacho!

Rafael Luiz Santos 

domingo, 19 de julho de 2020

O que um deficiente teme?

O que um deficiente teme?
Teme ser mais deficiente;
Perder o pouco que conquistou;
Exaltar uma pessoa ausente;
Amar quem nunca lhe amou;
Ver amor onde só há piedade;
O celibato lhe passar à idade;
Viver entre sombras e miragens;
Ter um sonho dilacerado;
Ganhar vantagem com suas desvantagens;
Manter-se nas glórias do  passado;
Perecer na solidão;
Petrificar seu coração;
Teme a este mundo de horror;
Teme, mas não fala...
Teme até de perder o temor...
E, por aqui, o medo se cala.

Rafael Luiz Santos

terça-feira, 7 de julho de 2020

Centelha

Centelha a alegria
através de seus olhos e cabelos...
...Vermelhos...
... Centelho... com o sereno de seu tom lascivo,
ao se confundir com as cores do crepúsculo
e se propagar entre  luz e treva de meu pensamento...
Centelha, flameja a constelação ariana em seu sentimento
e juízo,
ao som de guizo...
Centelha a sabedoria enigmática de seu semblante,
só que sua matemática não é exata, mas inconstante...
Centelha a minha amizade por você...
Quero ser seu amante quando eu crescer...

Rafael Luiz Santos   
 

sábado, 6 de junho de 2020

INDAGAÇÕES DE QUARENTENA


Vistas desfocadas, distópicas, com cores psicodélicas que irritam as pupilas. Estamos cegos? Sempre estivermos. Um cego puxando a carroça do outro, levando, a  solavancos,  para não se sabe onde. Esquerda ou Direita, para onde o mal se espreita? Tirem suas conclusões e morram com elas, filhos de Adão... Desfrutem-nas até ficarem insanos. Finjam a acreditar que essas ideologias podem delimitar a natureza humana. Finjam. Apenas finjam.

            Meu Deus, como sobreviveremos com tudo isso? Tantas falácias, fatos distorcidos, idolatrias ignorantes, falsos Messias, desempregos, pessoas morrendo pelos corredores dos hospitais; negligências politicas e sociais; e, ainda, um vírus genocida vindo da China. Um inimigo invisível solto pelo ar mundial. No começo, nós o subestimamos e continuamos a subestimar, pelo fato de ele se parecer com uma gripe comum e derrubar uns e outros não. Mas o perigo é que ele se infiltra silenciosamente em nós, fazendo-nos não saber quem contamina quem.

Agora  estou isolado em casa há três meses, vendo a Globo (além de falar do presidente toda hora) botando medo no povo com o número de mortos pelo coronavírus, sendo que nem aborda o número de recuperados, que é muito maior. Eu sei que o corona mata mil por dia e que não é uma ''gripizinha.'' No entanto, por que tencionar o medo e afagar os outros problemas? As outras doenças sumiram do nada? Onde está o sarampo que estava aí até o mês de fevereiro? 

 Enfim, as pessoas (inclusive eu) estão cansadas desse isolamento, do comércio fechado, estão sentido falta de um abraço. Tenhamos paciência! Rezo para vacina que está em teste dar certo.   

Enquanto isso,  fique em casa se puder...

Rafael Luiz Santos


quarta-feira, 20 de maio de 2020

Afogas-te, solidão!

Foi embora um beija-flor,
A deixar minha vida incolor.
O poema rimou;
Mas ela nunca me amou...

Agora ando de colo em colo,
Protegido pelo acaso,
Com as musas do Parnaso;
Afagando o eu fraco
Nas festas do deus Baco...

Afogas-te, solidão!
Em meio a esta curtição!
Afogas-te hoje...
E retornes de manhã,
Com seus urros,
Dando-me murros,
Junto com a ressaca...

Rafael Luiz Santos



domingo, 12 de abril de 2020

Errada eu; errado você

 Me faltam palavras para descrever,
 motivos a justificar.
Errada eu; errado você
na verdade que se cala
e que se esconde no mesmo ar que  respiramos.

Teimo, teimo...
Até mesmo  quando me provam o contrário.
O fenômeno das incertezas é meu estudo – nossa tese! –
Escrevemos catorze capítulos durante quatorze outonos...
Agora me abandona e quer que eu, sozinha, redija sua conclusão reticente?

Afinal, meu amado, o que você sente?
Entre sim e não, prefere talvez...
Amante, amiga, inimiga...
O que sou agora?

Não me chicoteie com cobranças, culpas ou desculpas.
Por favor,  não me esmurre com seu canto mudo
– é pior que  levar facadas... –
Isto  tudo faz o sol da esperança se tornar uma fagulha... 
Rezo para que ela não se apague....
E pago pra ver em que tipo de mar esse rio pode encontrar...

Rafael Luiz Santos 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

De súbito, tudo se clareia no seu chegar...

De súbito, tudo se clareia no seu chegar...
Todas as luzes voluptuosas se ascendem sobre nós,
fazendo de nossos corpos um extremo dia de verão,
com chuvas de suor à tarde...

Entre os lençóis, somos dois, somos um...
E, com nossos corpos entrelaçados,
imitamos animais, números e movimentos de gangorra.
A trocar gemidos um com outro,
dialogamos por meio de beijos andarilhos e mordidas ardilosas...

Xiiisss!!
Ninguém escuta, minha linda.
Nossa cama é surda...
Nossa  kama é sutra...
É um templo de cultos profanos onde rezamos pra espantar demônios rotineiros...
É um cavalgar em pleno meio-dia num fervoroso agreste...
Ô, peste!

Num jogo de vai e vem  constante, pele com pele, dorso com  dorso,
intensificamos mais a nossa  dança...  com coreografias mais  tensas, mais bruscas...
Uma sublime selvageria...
A fim de alcançar o nirvana, o monte Fuji e o Everest...
Ô, peste!
Bendito  seja  Eros...
Finalmente... a gente chega ao gozo deleite..

Rafael Luiz Santos

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

ESCRITO SUBSTITUTO

Quatro horas da manhã,
o silêncio dos adormecidos  corre desacelerado pelos cantos,
competindo  com a televisão que fala sozinha na sala;
no meio deles, há um homem tentando ser escritor...
Sentado em frente ao seu computador...
Jurou essa promessa desde nove anos...
Para quem?
 Escreve este escrito porque não terminou o outro.
Palavras lhe  escapam entre os dedos...
Portanto, este aqui é o substituto!
O compromisso é com o outro, que é sua mulher...
Enquanto a este, uma vadia qualquer!
Que abafa o bloqueio,
oculta o anseio
(só pra rimar, poderia apalpar um seio?).
No fim, ele olha pro relógio e diz:
  Pede tempo, perde tempo...
Sonhos ao relento?

Rafael Luiz Santos

HAJA-SE LUZ!

HAJA-SE LUZ! Hoje careço de escrever poesia Para me despir desta mundana cacofonia Que impregnou o meu ser, Pretendo repelir meu crescer... ...