segunda-feira, 24 de abril de 2023

Grito

Há um ano atrás,
Não gritei  na tarde crepuscular 
Que traz 
Ao meu paladar 
Um gosto de sangue;
Não chorei diante 
Da pintura expressionista que tava ali:.
Muda, embaçada, à custa do breu;
Numa agonia.  o grito não saía dali!
Onde estava Deus?
Minha fé era uma  fagulha,
Na finura de uma agulha,
Imersa numa lúgubre sinestesia,
Ou numa gótica poesia;
O  ar exalava temor,
Terror,
Horror!
Espírito de pneumonia me sufocava
A me fazer cuspir sangue como larva!
O  catarro verde não era  a esperança 
Que eu tinha!
Tudo isso por um sonho de criança?
O grito ainda cutucava feito espinha
E meu corpo paralisado parcialmente;
Tudo isso valeu a pena verdadeiramente?
No cérebro, uma cirurgia;
No corpo, uma   batalha doentia 
Para viver em harmonia!
O grito... ainda tem serventia...

Rafael Luiz Santos

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