domingo, 18 de junho de 2023

O banquete

Toda vez que anoitece,
O amor amanhecer 
Sobre nós dois;
À noite, somos feijão com arroz;

Nosso sexo sustenta mais que Baião de dois...
Adoro o seu sabor
No fulgor 
Da cozinha,
Ao  vapor 
De suores,
Toda salgadinha 
Nesta mesa de mármore 
Fria a esquentar 
Nosso fetiche alimentar,;

A maciez 
De sua pele  
Com a tez 
De um rondeli
De morango...
Ah, que doce tango!

Degusto sua vulva
Como uva,
É uma framboesa 
Com a aspereza 
De lichia,
Sulcando numa doce harmonia!

De dia,
Minha pobre língua
Quase mígua 
Com tanta insatisfação,
Com tanto tesão
Na tua falta...
Por isso que a noite é quente, 
Por isso que a noite é farta!
Que sirvam-se os deuses do amor 
Com o nosso banquete 
De ardor!

Rafael Luiz Santos 

Um comentário:

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